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O Ano Ainda Não Acabou: Neurologista Ajuda Pessoas com TDAH a Virar o Jogo em 2025

O ano está terminando e com ele vem aquela típica sensação de “ainda não fiz tudo o que queria”. Para muitas pessoas, essa é a hora de revisar planos e ajustar metas. Mas, para quem tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), esse momento pode ser mais paralisante do que motivador.

“Enquanto parte da população encara os últimos meses do ano como uma oportunidade de se planejar, quem tem TDAH muitas vezes se sente travado diante do que ficou para trás”, explica o Dr. Matheus Trilico, neurologista reconhecido nacionalmente por seu trabalho com adultos neurodivergentes.
Segundo Dr Matheus, essa dificuldade não tem nada a ver com preguiça ou desorganização pessoal, mas sim com o funcionamento diferente do cérebro de quem tem TDAH. A boa notícia? É possível retomar o foco e terminar o ano com mais leveza, mesmo com metas atrasadas.

Aqui vão seis dicas do Dr. Matheus Trilico para traçar as metas realistas nestes meses restantes. Confira:

1.    Pare de tentar compensar o tempo perdido:  evite planos mirabolantes para tentar fazer em poucos meses o que não foi feito em 12. “Isso ativa o ciclo de frustração e autoexigência, muito comum no TDAH adulto”, alerta Dr. Trilico.

2.    Faça uma limpa no que não faz mais sentido: reavaliar as metas de forma honesta e prática é fundamental. “Alguns objetivos talvez nem façam mais sentido. Liberte-se deles”, sugere o neurologista.

 3.    Escolha no máximo 2 ou 3 metas principais: quanto mais simples e claras forem, maiores as chances de execução. “Foco seletivo é uma das melhores estratégias para o cérebro hiperativo”, reforça o médico.
 
4.    Crie micro tarefas visíveis e acionáveis: transformar metas em pequenas ações. “Por exemplo, abra o computador e responda um e-mail por vez e não tente organizar toda a caixa de entrada na mesma hora, pois assim não perderá o foco”, reflete Dr. Matheus.

 5.    Use alarmes, agendas visuais e reforço positivo: as ferramentas externas são essenciais para lembrar e manter o ritmo. “A dopamina precisa ser acionada com vitórias rápidas”, explica o neurologista.

 6.    Trabalhe a autocompaixão: meta não é dívida. Dr. Trilico reforça: “Você não está atrasado. Você está tentando e isso já é enorme para quem vive com TDAH. Traga leveza ao processo”.

 O neurologista lembra que o segundo semestre pode ser mais produtivo quando começa sem culpa. “É possível fazer muito quando há clareza, apoio e autogestão. E isso vale não só para metas profissionais, mas também pessoais, como cuidar da saúde mental, dormir melhor ou voltar a fazer algo que se ama”, finaliza.

Dr. Matheus Luis Castelan Trilico – CRM 35805PR, RQE 24818

Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA);
• Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR);
• Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR
• Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista

Mais artigos sobre TEA e TDAH em adultos podem ser vistos no portal do neurologista: https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/

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