A sucessão empresarial é um dos desafios mais complexos para as empresas familiares no Brasil. Dados apontam que muitas dessas companhias não chegam à terceira geração, não por falta de recursos financeiros, mas pela ausência de uma gestão estruturada e de um planejamento sucessório eficiente. Com a crescente necessidade de garantir a continuidade dos negócios, o planejamento sucessório tem ganhado espaço como uma ferramenta essencial para a longevidade e proteção patrimonial.
Paula Picinato Cottas, advogada especializada em Sucessão e Proteção do Patrimônio Familiar e Empresarial, reforça a importância desse planejamento para evitar crises futuras. “A falta de governança é um dos principais motivos para a falência das empresas familiares. Muitas vezes, os herdeiros não estão preparados para assumir a gestão, e isso pode comprometer todo o legado construído.”
A especialista explica que um planejamento sucessório bem estruturado pode evitar conflitos entre os sucessores, garantir a continuidade do negócio e proteger o patrimônio familiar. A sucessão não deve ser tratada apenas como uma questão jurídica, mas também como um processo de governança e preparação da nova geração.
Além disso, Paula destaca que a adoção de práticas de governança corporativa é essencial para empresas familiares que desejam crescer e se manter competitivas no mercado. Um dos pontos levantados por ela em suas publicações é a estratégia de partnership, que transforma colaboradores-chave em sócios da empresa. A cultura de partnership pode ser um diferencial para a longevidade do negócio, pois mantém talentos estratégicos engajados e comprometidos com o crescimento da empresa.
Outro tema relevante no cenário atual é a reforma tributária, que tem gerado incertezas para empresários e herdeiros. Paula ressalta que as mudanças na legislação impactam diretamente o planejamento patrimonial e sucessório, tornando ainda mais importante contar com estratégias jurídicas bem definidas.
O fato é que, diante de um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, as empresas familiares precisam enxergar o planejamento sucessório não como um custo, mas como um investimento essencial para garantir que o negócio prospere por gerações. Afinal, a continuidade de uma empresa não depende apenas de seu faturamento, mas da capacidade de seus líderes em preparar o futuro.
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